quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

No que respeita ao tema "documentário", entre muitos gostaria também de aconselhar esta trilogia.
"Koyaanisqatsi: Life out of balance é um documentário lançado em 1983 dirigido por Godfrey Reggio com música do compositor Philip Glass.

A banda sonora deste documentário possui grande importância pois o desenrolar tem a velocidade e o tom ditados por ela. Não existem diálogos e também não são feitas narrações durante todo o documentário.

São apresentadas cenas em paisagens naturais e urbanas, muitas delas com a velocidade de exibição alterada. Algumas cenas são passadas rapidamente e outras mais lentamente que o normal, criando, com a banda sonora, uma ideia diferente da passagem do tempo. Vários dos efeitos apresentados tornaram-se clichês usados em outros filmes e programas de televisão.

A palavra koyaanisqatsi tem origem na língua Hopi e quer dizer "vida desequilibrada", ou "vida louca". O significado é revelado ao final do documentário antes da apresentação dos créditos. No final do documentário são cantadas três profecias do povo Hopi em sua própria língua, as quais também têm as suas traduções apresentadas antes dos créditos.

O filme leva a sua audiência a refletir sobre os aspectos da vida moderna que nos fazem viver sem harmonia com a natureza, bem como a pressão exercida pelas inovações tecnológicas que tornam o quotidiano cada vez mais rápido.

Powaqqatsi: Life in transformation é um documentário lançado em 1988 dirigido por Godfrey Reggio com música do compositor Philip Glass.É o segundo filme da trilogia Qatsi.

Powaqqatsi vem da língua Hopi e quer dizer "vida em transformação".
Como os demais filmes da trilogia, não são apresentadas narrativas ou diálogos durante todo documentário. Apenas no final é revelado o significado do nome powaqqatsi.

Os filmes da trilogia estruturam-se num tripé: o encadeamento conceptual, a carga imagética e o rítmo musical.

O filme chama atenção pelas imagens fortes e contundentes, um caldeidoscópio de cores, comportamentos, culturas, festas, sofrimento. O tema destacado é o trabalho humano levado aos seus limites, uma loucura onde destabilizamos o mundo para sobrevivermos em condições ultrajantes.

Pontilhado de paradoxos, a narrativa de Powaqqatsi descreve, ao som da música de Glass, o duelo entre o homem e a natureza, onde a adaptação da natureza aos nossos desejos produz o desequilíbrio que nos ameaça. A tecnologia amalgama-se na Terra, destruindo toda a diversidade pelo padrão das repetições, como se o planeta fosse lentamente transformado numa fábrica. Ao lutar pela sobrevivência, os homens são colocados no seu limite. As relações desiguais configuram-se numa exploração desenfreada.

A sequência inicial mostra a Serra Pelada no auge mineiro. Milhares de homens sujos de lama embrenham-se terra adentro...olhares ambíguos...vazios de vida...cheios de esperança...corpos moldados pelo peso que carregam, e quem assiste as imagens verga-se com eles. A música de Phillip Glass ressalta esse efeito num diapasão repetitivo, intenso, mas nunca monótono.

Naqoyqatsi: Life as war é um documentário lançado em 2002 dirigido por Godfrey Reggio com música do compositor Philip Glass e com trechos executados pelo violoncelista Yo-Yo Ma.

É o último filme da trilogia Qatsi. O primeiro aborda principalmente o hemisfério norte, o segundo o sul e países asiáticos, ficando com este terceiro a grandiosidade de abordar o planeta como um todo, conectado, globalizado, mergulhado na tecnologia que encurta distâncias e acelera processos de destruição devido ao seu mau uso.

Naqoyqatsi é uma expressão da língua Hopi que significa "a vida como uma guerra" ou "a guerra como um meio de vida". Também há uma sugestão de interpretação como "violência civilizada".

Ao contrário dos demais documentários da trilogia, Naqoyqatsi não foi produzido através de filmagens. Foram utilizados filmes e imagens de arquivo manipulados digitalmente e intercalados com cenas produzidas por computação gráfica, com efeitos de pós-produção como fotografia térmica. Esta maneira de produzir o filme não foi à toa; o director escolheu produzir o filme a partir de imagens e vídeos extraídos de bancos de imagens para desta forma justificar a constante apropriação que o actual mundo tecnológico nos permite e nos impulsiona a fazer (samplers, remixagens, copy paste...). Além do mais, desta forma, o director acaba por demonstrar também que a presença da tecnologia é essencial e predominante na produção do filme, ou seja, sem a tecnologia, nem o filme e nem o nosso actual quadro de vida existiriam.

Este documentário leva a audiência a reflectir sobre a nossa relação com a natureza, a influência da tecnologia nas nossas vidas e as novas maneiras de se relacionar dentro de um actual quadro frenético mergulhado na conectividade tecnológica. Há uma ênfase especial sobre a competitividade, os conflitos do mundo e a violência."

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